Confira como foi a entrevista:
Jornal O PONTO (JOP)
– Como você definiria uma gestão correta de um município?
Ney Claudio Aguiar(NCA) – Olha, há anos estamos vendo a mesmice em mandatos e mais mandatos que passaram pelo comando do município. Tivemos alguns avanços? Sim, mas muito pouco. Desde a redemocratização, ainda nos anos 80, estamos vendo prefeitos e mais prefeitos passarem e a velha política continua a mesma.
Ao meu entendimento, uma gestão correta, deveria ser aquela em
que os munícipes tivessem acesso a uma administração voltada para os cidadãos locais, neste caso, os moradores do município, com melhor saúde, educação. casa própria, mais apoio ao morador da zona rural.
Enfim, para uma boa gestão é só fazer o principal: governar para os que de fato precisam.
Nas últimas semanas, o nome do empresário pinheirenses, Ney Claudio Aguiar, começou a circular como pré-candidato na disputa eleitoral deste ano.
Em poucos dias, seu nome tem ganhado força em redes sociais e em rodas de conversa. Tudo isso, devido ao seu discurso de remodelagem do sistema
administrativo que comanda a cidade a anos, com o encerramento de contratos quase que vitalícios, que não geram emprego e renda ao município, e com o corte dos altos privilégios dos políticos locais.
O Jornal O PONTO, entrevistou o empresário para entender suas ideias, seus planos e sua história com o município de Pinheiros. Confira a entrevista.
JOP – Se você se candidatasse para as eleições deste ano, qual seria o seu lema e por quê?
Ney Claudio – Uma coisa é certa, se o partido ao qual eu sou filiado há mais de 20 anos, o PODEMOS, me escolhesse como seu candidato a prefeito este ano na
cidade de Pinheiros, eu só teria um lema a dizer aos eleitores e aos moradores do município: CHOQUE DE GESTÃO. É disso que Pinheiros precisa, nada mais.
Agora, o porquê? Como eu falei anteriormente, estamos vendo o mesmo se repetir e não devemos aceitar. Podemos ter mais investimentos em emprego e renda, só basta que os governantes digam não aos grandes empresários de outras cidades, e até mesmo de outros estados, que vem aqui apenas para receber seus pagamentos por serviços prestados ou mercadorias vendidas e levam nosso dinheiro, que poderia estar circulando aqui, para outros municípios.
Temos que dizer não a isso. Se os nossos empresários, tiverem melhores oportunidades, com certeza nossa economia irá melhorar, gerando bem mais empregos e mais renda para nosso povo. Então, esse é meu lema: CHOQUE DE GESTÃO.
JOP – Seu nome vem sendo cogitado como um ‘novo prefeito’ e a conversa que roda pela cidade é que a diferença entre a sua política e as demais será a desapropriação da política velha e a criação de uma nova política.
Estes rumores são verdadeiros? E como você define essa nova política?
Ney Claudio – Quando falamos em nova política ou velha política, ainda ficamos meio sem entender muito o que significa. Quando olhamos tudo que foi feito em nosso município pelos políticos locais, entendemos que é hora te tentar ajudar a construir um Pinheiros que possa estar entre os maiores.
O município de Pinheiros é hoje a 29° maior município do estado, estamos a frente de quase 50 municípios em todo o Espírito Santo em número de habitantes.
Somos também um dos maiores exportadores de frutas, de café, temos
grandes empresários, grandes indústrias e um povo muito trabalhador. Além disso, nossa cidade é um polo do extremo norte capixaba. Então como explicar que ainda não saímos da mesmice política? Brigapelo poder. Esse é o nosso
problema, afinal, ninguém quer fazer pelo município, todos querem fazer para seus grupos políticos. Olha, eu sou uma pessoa humilde que aprendi a respeitar tudo e a todos, sou nascido e criado aqui em Pinheiros, sou filho de duas pessoas também muito humildes, que batalharam muito para me criar.
Por isso, conheço a realidade dos pinheirenses e me orgulho muito quando
posso ajudar alguém que se quer eu conheço. Eu fico feliz só de pensar que algumas pessoas lembraram do meu nome quando se fala em comandar Pinheiros.
Olha que sonho! Então, oque eu não posso e nunca o farei, sendo prefeito ou não, é deixar de ajudar os pinheirenses, porque isso nos fortalece, fortalece o nosso povo, fortalece e valoriza a nossa cidade.
JOP – Quais são seus objetivos em curto prazo? E em longo prazo?
Ney Claudio – Primeiro, temos que ver a viabilidade
de sermos ou não indicados pelo nosso partido, o PODEMOS. Agora como
somos sonhadores, temos sim grandes objetivos a alcançar.
Caso sejamos candidatos e, é claro, sejamos eleitos, a curtíssimo prazo seria
necessário fazer uma reformulação em toda parte administrativa municipal, revendo contratos, cargos e salários. A tempos a administração pública tornou-se, além de cabide de emprego, forma de desvios, onde notamos que muitos recebem pouco e poucos recebem muito.
Além disso, percebemos que empresas de fora que vem aqui e levam quase
que todos os recursos municipais, deixando quase nada para nossos
prestadores de serviço locais.
Isso, com certeza, deverá mudar. Esse é um objetivo de curtíssimo prazo.
Agora, a longo prazo, penso que podemos mais.
Como eu disse em outra resposta, temos que criar renda e emprego.
Como? Incentivando o nosso comércio, liberando mais recursos para compra direta no comércio local e trazendo investimentos de fora para dentro, não de dentro para fora. Podemos criar um modo operante para as empresas que queiram vir se instalar no nosso município, com a criação de uma secretária forte de Planejamento, que busque, através de incentivos, a instalação de novas empresas em Pinheiros. Outros objetivos seriam a doação de Bolsas de Estudo para custear a faculdade de alunos carentes que queiram estudar, criação de uma bolsa, com um valor em dinheiro, para adolescentes carentes de até 18 anos, trabalharem na administração.
Também seria muito importante alcançar o objetivo de asfaltar a estrada
que liga Pinheiros ao Sobrado e o asfalto de Pinheiros a BR 101. Aí fica a pergunta:
Como? PPP, ou seja, Parceria Público-Privada, onde o município entraria
com uma parte do recurso orçado e com isenção de impostos para as empresas que queiram vir a se instalar em nossa faixa de BR, buscando parcerias para a obra.
Isso seria fácil? Não, vamos estudar maneiras e seguir exemplos como os municípios de Linhares, São Mateus e agora Sooretama, que a poucos anos não tinham
se quer uma grande indústria em sua faixa de BR, agora já são várias. Além
de tantas outras coisas que juntos podemos construir.
JOP – Nessa nova política, o gestor tem que estar pronto para mudanças e trabalhar em uma reforma geral em vários setores do município, dessagrando, em parte, muito acomodados.
Você está pronto para fazer tudo isso e enfrentar os sanguessugas do município?
Ney Claudio – Sim. Quando minha família aqui chegou, isso há muito tempo, Pinheiros ainda era mata pura e, mesmo assim, foi aqui que meus familiares resolveram se instalar e criar suas famílias. Todos trabalhando muito para ajudar a construir Pinheiros. E é assim que eu pretendo agir, porque assim como minha família acredito no potencial de nossa cidade. Como eu disse sou pré-candidato, só serei de fato candidato se assim o partido entender que devemos. Mas, uma coisa é certa, se eu for escolhido e for eleito, já nos primeiros dias veremos uma administração que irá trabalhar para cortar, desde o primeiro dia, os privilégios de quem quer que seja.
JOP – O que despertou em você o interesse em se candidatar para prefeito?
Ney Claudio – Quando eu ainda era menino, eu sempre dizia aos meus pais e amigos que um dia eu seria prefeito do Saruê. Isso porque eu nasci lá no bairro e, ainda novinho, fui morar no Cantinho do Céu. Morávamos em uma casa que não nos pertencia e sim à empresa onde meu pai trabalhava, a ‘Serraria’. Quando meu pai foi demitido por falta de madeiras na região onde a empresa atuava, tivemos que sair da casa que não nos pertencia e fomos então morar em uma casa
adquirida pelos meus pais com o dinheiro de rescisão da empresa. Uma casa que não tinha água encanada, rede de esgoto ou banheiro, e nem energia elétrica.
Nesta época, eu já tinha iniciado meus estudos, mas, a necessidade me levou a abandonar a escola na quinta série. Tive que parar de estudar para ajudar os meus pais, visto que meu pai que era analfabeto total, não sabia ler nem se quer escrever o seu nome e não estava conseguindo emprego, apenas pequenos bicos em lavouras na zona rural.
Trabalhei em farinheiras, pequenas vendas, engraxei sapatos na rodoviária,
vendi refresco, fiz de tudo, mas não pude fazer o principal que foi estudar.
Depois já maior, não me abalei e fui a luta, montei uma venda na minha
casa, fui despachante de veículos, e por último, me deparei trabalhando em
um jornal. Muita luta também, afinal sempre continuei tendo responsabilidade
com meus pais. Me casei e formei uma linda família, com minha esposa
Roberta e meus três filhos, Pedro, João e Maria. Tenho muito orgulho em dizer
que, mesmo que eu não tenha estudado, o meu filho Pedro inicia este ano a Faculdade
de Direito, após ter formado em Agropecuária no IFES de Montanha.
Meu filho João, ingressou este ano também no IFES de Montanha e minha filha
Maria que ainda cursa o sétimo ano em uma escola pública, recebeu Honra ao
Mérito no ano passado por ser uma excelente aluna. Eu, vendo onde cheguei e de
onde sai, busquei, como sempre fiz, revolucionar mais uma vez, fui atrás e me
formei aos 44 anos no segundo grau e estou cursando o curso de Sociologia.
Espero poder me formar em um curso superior com meus pais ainda aqui na terra
comigo, para que eles possam ver e sentir orgulho do que me tornei, mesmo diante
todas as dificuldades que atravessamos juntos.
Então o que me motiva? Conhecer a realidade do povo pinheirense e, a cada dia, tentar ajudar pessoas como eu, que esperam que um dia possam ter um futuro melhor.
Jornal O Ponto edição do dia 20/02/2020
