Os robôs não são mais uma inovação distante, existentes apenas em ficção científica. Eles já fazem parte da realidade na área hospitalar, há algum tempo. Além de oferecerem um tratamento mais eficiente, eles também aumentam a segurança e a qualidade da assistência médica, o que ajuda todo o sistema de saúde.
Existem cirurgiões-robôs, conduzidos por médicos em cirurgias hospitalares; robôs que fizeram entregas de alimentos para pacientes infectados pela Covid nos EUA; robôs que realizam tarefas como desinfecção de locais com raios ultravioletas, como na Romênia; robô enfermeiro que verifica sinais vitais em pacientes, na Itália; além de robô de tele presença, evitando exposição dos profissionais em pacientes infectados, em São Paulo.
Agora é a vez do Espírito Santo apresentar seu primeiro robô interativo em um ambiente hospitalar. O Meridional Cariacica colocou um robô que interage com as crianças, seus familiares e acompanhantes, circulando pelos corredores do hospital, deixando o ambiente mais acolhedor e proporcionando um pouco de diversão aos pequenos pacientes.
O robô, provisoriamente conhecido como “Ziggy AI”, é controlado remotamente por uma profissional PcD, destacando a importância da inclusão de pessoas com deficiência, em cargos de inovação tecnológica. Através de recursos de áudio, o controlador faz com que o robô interaja com as crianças, conversando, realizando atividades lúdicas, respondendo perguntas e contando histórias. Sua presença no local é cuidadosamente programada para não interferir nas atividades médicas, e sim proporcionar mais suavidade ao ambiente hospitalar.
A pediatra Maria Lucia Valiatti destaca que o robô pode, realmente, fazer diferença para as crianças internadas. Elas se distraem, esquecem que estão em um hospital, o que contribui para uma reabilitação mais rápida. As crianças estão frágeis naquele momento, então com o robô, elas se sentem mais acolhidas, pois a pessoa que o controla conversa com elas, como se fosse ele. Tudo que traz motivação para elas, brincadeiras, ajuda na recuperação”, afirmou.
E nesse sentido, a robótica pode ser considerada uma evolução do uso de entretenimento com fantoches, que são inanimados, e de animais de estimação, que podem ser imprevisíveis.
A ideia de criar o robô, surgiu do diretor de Tecnologia de Informação da Rede Meridional, Alex Julian, em uma viagem ao Japão. “Fui a um restaurante onde o atendimento era feito totalmente por robôs. Fiquei tão fascinado que trouxe a ideia para os diretores da Kora Saúde. Em São Paulo, onde moro, encontrei profissionais de uma startup do Paraná, que desenvolviam robôs, então decidimos. O desenvolvimento, testes finais e adaptações foram feitas em conjunto com o time de tecnologia da Kora”, explicou.
“Nosso objetivo é criar uma experiência diferenciada para as crianças e suas famílias, ao mesmo tempo em que promovemos uma cultura inclusiva e utilizamos a tecnologia para impactar positivamente o ambiente hospitalar”, comentou o Julian.
Nesta versão, que é um MVP, o robô utiliza motores e sensores de movimento. Uma V2 está em prototipação para que, explorando ainda mais a inteligência artificial (IA), o robô aprenda com as interações e movimentos. Essa versão do robô ficará no Meridional Cariacica durante alguns dias.
Os pacientes e colaboradores do Meridional poderão, ainda, escolher um nome definitivo para o robô. O concurso foi lançado nas redes sociais do hospital, com premiação para o nome escolhido.